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Nesta terça-feira, 5, é celebrado o Dia Internacional da Mulher Indígena e, em Santa Catarina, uma professora é exemplo de protagonismo. Marisa de Oliveira, de 33 anos, sempre esteve envolvida nas causas comunitárias e no ano passado foi eleita cacique da Aldeia Itanhaém, em Biguaçu. Hoje inspira outras mulheres a ocuparem o espaço que desejam.    

Há 16 anos ela deixou uma aldeia em Imaruí, onde vivia, e se mudou para Biguaçu onde moravam alguns parentes. Na Itanhaém, como professora ela se envolveu ainda mais nos assuntos da comunidade e acabou seguindo uma tradição familiar. “O cacique da aldeia era meu tio. Aí ele foi embora e ficou meu irmão e no ano passado eu fui eleita cacique”, disse.

Marisa conta que, na função, participa de todas as reuniões, conversa com os indígenas mais velhos e está acostumada com essa rotina, mas avalia que, ao mesmo tempo, é um desafio e uma grande responsabilidade liderar toda a aldeia onde vivem cerca de 130 pessoas.

Por ser uma mulher, ela acredita que como cacique tem um olhar diferenciado de cuidado com o povo da sua aldeia. “As mulheres têm um olhar mais cuidadoso né? A gente sempre tenta sim organizar para que fique tudo certo com as famílias que vivem aqui, que tenham alimento, escola”, ressalta.

Hoje, ela desempenha um papel fundamental na preservação de sua cultura, língua e tradições. Para ela o principal desafio na atualidade é conseguir melhorias para os guaranis. “Temos uma tradição, uma cultura e sempre estamos seguindo. Eu tento sempre estar falando isso para as novas gerações, de sempre estar no caminho da nossa cultura, mas o difícil mesmo é trazer recurso para a aldeia. Sigo buscando melhorias indo nas reuniões, fazendo as reivindicações do que estamos precisando.”

Boa parte das famílias se mantém por meio de agricultura de subsistência e com a venda do artesanato comercializado em várias cidades. Marisa busca auxiliar os demais indígenas até mesmo postando as peças na internet, o que ajuda na divulgação e também na venda.

Ela garante que se sente orgulhosa em liderar a aldeia e procura inspirar outras mulheres a ocupar o espaço que quiserem. “Me sinto orgulhosa em estar representando as mulheres como cacique. A gente tem muita força e precisamos ocupar cada espaço, assim como os homens”.   

Santa Catarina tem 21 mil indígenas

Atualmente, vivem em Santa Catarina mais de 21 mil indígenas das etnias Guarani, Kaingang e Xokleng. A Secretaria de Estado da Assistência Social, Mulher e Família monitora e acompanha a situação de todos os povos fazendo visitas regulares por meio da equipe da Gerência de Políticas para Igualdade Racial e Imigrantes para avaliar, principalmente, o atendimento socioassistencial, mas se constatadas dificuldades em outras áreas, a SAS faz a interlocução com o órgão responsável por essa demanda.

A secretária da SAS, Maria Helena Zimmermann, destaca que o Governo do Estado segue trabalhando no fortalecimento das políticas públicas para os indígenas. “Recentemente o governador Jorginho Mello recebeu lideranças indígenas de todo o estado e ouviu suas demandas e encaminhamentos já foram realizados”, afirma.

Secretaria de Estado da Assistência Social, Mulher e Família
Texto e foto: Helena Marquardt / Ascom SAS
(48) 3664-0916

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